sexta-feira, 13 de outubro de 2017

SAINDO DO FORNO MAIS UM TEMA...

Internação compulsória de dependentes de crack
·          Antonio Carlos Olivieri, da Página 3 Pedagogia & Comunicação 01/06/201705h00

Manifestação de moradores e comerciantes da região da Luz, em São Paulo, contra as ações promovidas pela Prefeitura e o Governo do Estado, na cracolândia.

Recentemente, a chamada cracolândia da capital paulista tornou-se notícia em todo o país, devido a uma ação policial, que, visando reprimir o tráfico de drogas, resultou em muita polêmica e numa disputa entre o município e o Ministério Público. A prefeitura de São Paulo pediu autorização à Justiça para poder internar compulsoriamente os dependentes químicos do crack em instituições onde receberiam tratamento. Contrário à medida, o MP reagiu e o processo judicial continua. De qualquer modo, a questão da internação obrigatória divide os especialistas em dependência química de entorpecentes. Há argumentos a favor, mas também contrários ao método, como você pode ver pelos textos da coletânea desta proposta de redação.

Baseado neles e nos seus próprios conhecimentos, o que você pensa sobre a internação compulsória para tratar dependentes de drogas? Redija uma dissertação argumentativa sobre o assunto.

A favor, a contragosto
A contragosto, sou daqueles a favor da internação compulsória dos dependentes de crack. (...) No crack, como em outras drogas inaladas, a absorção no interior dos alvéolos pulmonares é muito rápida: do cachimbo ao cérebro, a cocaína tragada leva seis a dez segundos. Essa ação quase instantânea provoca uma onda de prazer avassalador, mas de curta duração, combinação de características que aprisiona o usuário nas garras do traficante.
Quebrar essa sequência perversa de eventos neuroquímicos não é tão difícil: basta manter o usuário longe da droga, dos locais em que ele a consumia e do contato com pessoas sob o efeito dela. (...) Vale a pena chegar perto de uma cracolândia para entender como é primária a ideia de que o craqueiro pode decidir, em sã consciência, o melhor caminho para a sua vida. Com o crack ao alcance da mão, ele é um farrapo automatizado sem outro desejo senão o de conseguir mais uma pedra. Dr. Drauzio Varella (https://drauziovarella.com.br)

Negativa, de maneira geral
Para o psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira (professor da Unifesp - Universidade Federal de São Paulo), a internação forçada é negativa, de maneira geral. Ela se justifica apenas em aproximadamente 5% dos casos, quando o dependente de crack também apresenta um problema mental grave. Segundo ele, o tratamento de usuários de drogas mais efetivo é voluntário e envolve visitas regulares a clínicas e centros especializados. Segundo ele, há situações específicas, do ponto de vista médico, nas quais se justifica a internação involuntária. Isso acontece quando o paciente apresenta psicose (delírios de perseguição e alucinações) ou risco iminente de suicídio. (BBC Brasil)

Desserviço à saúde pública
Isabel Coelho, juíza do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, e Maria Helena Barros de Oliveira, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, defendem que a internação compulsória é um desserviço à saúde pública. Em um artigo de 2014, elas argumentam que, "partindo-se da premissa que os dependentes químicos não são doentes mentais, a internação compulsória, além de ser agressiva e uma forma de tratamento ineficaz, constitui um modo de eliminação dos indesejados, constituindo-se em prática higienista violadora de direitos humanos". (Nexo Jornal)

Ato de solidariedade
Para o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, internar de forma compulsória moradores de rua extremamente dependentes de crack é um "ato de solidariedade". Segundo ele, a maioria das pessoas que chegam contra sua vontade em clínicas de tratamento acabam aderindo voluntariamente ao tratamento após os primeiros dias de internação. Laranjeira também é professor da Unifesp. Ele se diz favorável à facilitação das internações compulsórias em casos extremos, desde que acompanhada de uma linha especial de cuidados ao paciente após sua desintoxicação inicial. (BBC Brasil)

Observações:
Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;

Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração.

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