quarta-feira, 7 de novembro de 2012

DESCRIÇÃO DE LUGAR: NOTA MIL



Depois de ministrar aula de Descrição de Lugares (Ambientes e Paisagens), foi solicitado à turma de 1º ano da escola Ação Fraternal de Itabuna que escolhessem entre uma descrição de “seu quarto” ou de “um local que haviam visitado”, para treinamento das técnicas descritivas.
Valia uma caixa de chocolate para a melhor descrição. O resultado pode ser lido abaixo:

Pessoal e Particular

A garota chegava fatigada de sua rotina estressante e, ao abrir a porta de madeira nova que seu pai acabara de colocar, desconectava-se do mundo lá fora.  Era realmente um mundo “pessoal e particular”.
Não possuía janelas, mas o ar entrava das paredes que não tinham acabamento com forro, o que deixava o ambiente mais abafado. O teto era um verdadeiro céu, porque as telhas estavam acabadas, com respingos de tinta, os quais levavam a garota da mente fértil a imaginar que eram estrelas. Algumas telhas estavam fora do lugar e, quando o sol batia, formavam-se pequenos pontos de luz, criando esperança a toda aquela escuridão. Havia um jarro de rosas e outro de margaridas, que davam um aroma campestre ao local.
Quando chegava de suas lastimáveis bebedeiras da madrugada, a garota se esbarrava nos móveis pesados e deitava sua cabecinha em seu travesseiro. Chorava feito criança, lamentando-se pela vida tirana que levava ou, por suas decepções amorosas, aquele famoso “príncipe que virou um chato”. Os problemas financeiros de seus pais que afetavam sua vida, os conflitos com seu próprio eu, tudo isso refletia nas lágrimas que caíam em seu travesseiro. Ele era seu confidente. Na gaveta de seu criado mudo, havia um antigo quadro, de uma velha amizade, além de cartas amorosas, que a atordoada garota fazia questão de esconder, e só tirava de lá quando estivesse naqueles dias em que se toma uma taça de vinho, ouvindo blues, com toda aquela nostalgia.
Ali era mesmo um lugar especial, cheio de tristeza e melancolia (da porta para dentro), porque a aparência de fora era de uns desenhos minúsculos nas paredes, quase indecifráveis. Para quem o via, era apenas mais um quarto, mas para aquela garota, era muito mais que isso. Era onde o passado era presente a cada minuto que passava, onde tudo era nada e nada era tudo.
Kaline Reis Nascimento - Aluna do 1º ano da AFI.

3 comentários:

  1. Kaline Reis ( 1º ano AFI )9 de novembro de 2012 às 15:41

    Olá, Gustavo! Fico muito feliz que você tenha gostado de minha descrição, obrigada por tudo! Beijos :*

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  2. boa noite .alguém pode mi dar uma esplicaçao sobre caracteristica tecnicas do comportamentalismo

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