sábado, 12 de abril de 2014

TEXTO, CONTEXTO, INTERTEXTO...



Texto é, literalmente, um tecido verbal estruturado de tal forma que as ideias formam um todo coeso, uno, coerente. A imagem de tecido contribui para esclarecer que não se trata de feixe de fios entrelaçados (frases que se inter-relacionam).
Todas as partes de um texto devem estar interligadas e manifestar um direcionamento único. Assim, um fragmento que trata de diversos assuntos não pode ser considerado texto. Da mesma forma, se lhe falta coerência, se as ideias são contraditórias, também não constituirá um texto. Se os elementos da frase que possibilitam a transição de uma ideia para outra não estabelecem coesão entre as partes expostas, o fragmento não se configura texto. Essas três qualidades - unidade, coerência e coesão - são essenciais para a existência de um texto. Um texto é mais ou menos eficaz dependendo da competência de quem o produz, ou da interação de autor-leitor, ou emissor-receptor. O texto exige determinadas habilidades do produtor, como conhecimento do código, das normas gramaticais que regem a combinação dos signos. A competência na utilização dos signos possibilita melhor desempenho.
Textos orais e escritos

Define-se como informações que acompanham o texto. Por isso, sua compreensão depende da compreensão do contexto. Assim sendo, não basta a leitura do texto, é preciso retomar os elementos do contexto, aqueles que estiveram presentes na situação de sua construção.
O contexto deve ser visto em suas duas dimensões: estrutura de superfície e estrutura de profundidade. A estrutura de superfície considerada os elementos do enunciado, enquanto a estrutura de superfície considera os elementos do enunciado, enquanto a estrutura de profundidade considera a semântica das relações sintáticas. Num caso, o leitor busca o primeiro sentido pelo produzido pelas orações; no outro, vasculha a visão do mundo que informa o texto.
O contexto pode ser imediato ou situacional.
O contexto imediato relaciona-se com os elementos que seguem ou precedem o texto imediatamente. São os chamados referentes textuais.
O contexto situacional é formado por elementos exteriores ao texto. Esse contexto acrescenta informações, quer históricas, quer geográficas, quer sociológicas, quer literárias, para maior eficácia da leitura que se imprime ao texto.

Além do contexto, a leitura deve considerar que um texto ode ser produto de relações com outros textos. Essa referência e retomada constante de textos anteriores recebe o nome de paráfrase, paródia, estilização.
A paráfrase pode ser ideológica ou estrutural. No primeiro caso. O desvio é mínimo: varia a sintaxe, mas as ideias são as mesmas. Há apenas uma recriação das ideias. Pode-se entender a paráfrase ideológica como simples tradução de vocábulos, ou substituição de palavras por outras de significado equivalente. No segundo caso há uma recriação do texto e do contexto. O comentário crítico, avaliativo, apreciativo, o resumo, a resenha, a recensão são formas parafrásticas estruturais de um texto.
A estilização exige recriação do texto, considerando, sobretudo procedimentos estilísticos. O desvio em relação ao texto, original é maior do que no caso da paráfrase.
Na paródia, o desvio é total; às vezes invertem-se as ideias, vira-se o texto do avesso. Há uma ruptura, uma deformação propositada, tendo em vista mostrar a inocência do texto original ou simplesmente apresentar outras ideias que o texto original omitiu ou não se interessou em expor.
Textos virtuais: a onda do momento

Os elementos estruturais do texto são: o saber partilhado, a informação nova, as provas, a conclusão.
Por saber partilhado entende-se a informação antiga, do conhecimento da comunidade. De modo geral, o saber partilhado aparece na introdução, um local privilegiando para a negociação com o leitor.
O emissor negocia com o leitor, coloca-se num nível de entendimento, estabelece um acordo, para em seguida, expor informações novas.
A informação nova serve para desenvolver o texto, expandi-lo. O autor considera como não sendo do conhecimento de todos e, portanto, capaz de estimular o leitor a continuar na leitura. A existência de um texto implica ter algo de novo para dizer.
O saber partilhado mais a informação nova não são suficientes para a realização de um texto. É preciso acrescentar provas, fundamentos das afirmações expostas.
O autor do texto cita como prova de suas afirmações o livro. Se o leitor duvidar de suas asserções, poderá recorrer ao livro e chegar às mesmas conclusões que ele.

Ao saber partilhado, à informação nova, às provas o autor junta seus objetivos, pois todo texto visa chegar a algum lugar.
(Fonte: http://www.angelfire.com/bc/fontini/resenha.html)

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